Pesquisar este blog

sábado, 6 de agosto de 2016

INDEFINIDAMENTE

Na mesa uma infinidade de papeis,
no guarda-roupas meus seres disfarçados,
todos de minha filosofia infiéis,
mas em meu mundo refugiados.

A estante abarrotada de livros,
ali cada mundo é um de onde saio,
mesmo sem forma, em arcabouço,
mesmo perdido, promiscuo,
mesmo indefinido, sempre um esboço.

Em outro canto um sapato,
em qualquer canto está lá igualmente jogado
algo de mim, um meu pedaço,
nem parece, mas é meu coração,
costurado com um cardaço,
tentando, sofrendo, suspirando,
mas ainda batendo desajeitado.

Na cama desarrumada, quase fazia,
tem algo que me ajuda com a solidão,
que não pede nada, que me faz companhia,
me faz até sonhar,
relevar a crença na magia.

Em cada página carregada,
em cada letra uma estrela guia,
em cada palavra uma estrada
pela qual minha vida caminha,
em que ando absorto, sem mimo,
onde é permitido o absurdo,
de se viver perdido, sem Destino.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

       Está na moda falar mal de tudo, falar mal da situação do país, da violência e do mundo em geral. Cada um destaca as coisas que acreditar prejudicando o mundo e tornando as pessoas cada vez mais superficiais, cada vez mais rápidas em tudo, depois se ouve falar que o tempo está voando, mas quem está voando mesmo são as pessoas, ainda que estejam todos com os pés no chão todos estão sobre voando uns aos outros, sempre tentando olhar por cima das pessoas que se encontram ao seu redor. O tempo não voa, ele sempre foi e será igual em todas as épocas e para todas as pessoas, o mal não está na passagem do tempo, está nas pessoas que acham que não passaram.
       Apesar de acreditarmos que somos eternos, vivemos como se tudo fosse acabar amanhã e não nos preocupamos que as pessoas que estão ao nosso redor, a amizade, os namoros, casamentos e relações em geral se tornaram coisas de momentos, em cada momento é uma coisa e um interesse diferente. Não existe mais a preocupação e muito menos a intenção de se conhecer as individualidades em sua plenitude e as pessoas estão se acostumando a isso, estão se tornando indivíduos de momentos e o que se pede naquele momento, com isso não possuem opinião e nem personalidade, apenas se adequam ao momento, apenas se moldam a situação. Pior quando dizem ser isso bom e até incentivar que seja assim, afinal se consegue sair bem de qualquer situação, de fato consegui-se sair de qualquer situação, em um mundo em que todos são azuis não há espaço para quem é vermelho ou de qualquer outra cor, considerando ainda o medo de sermos diferentes e não nos encaixarmos no perfil atual vigente.
           Falar que as coisas estão ruins não vai fazer com que elas melhorem, enquanto o homem não sair de si, enquanto não entender que somos uma pequena engrenagem que faz o mundo girar, que essas engrenagens estão presas umas nas outras, que possuem apenas aquelas ao seu redor como suporte, enquanto não percebermos que vivemos em sociedade e cabe a cada um manter e melhorar a mesma, enquanto não notar que somos humanos, independente de qualquer coisa somos iguais e vivemos em um mesmo mundo e falar mal dele é falar mal de nós mesmo, seria interessante olhar um pouco além de si e de suas atitudes antes de apontar erros que partem de cada um e seus desejos momentâneos.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Nem todos os nascimentos são plausíveis, há várias maneiras de se vir ao mundo, alguns nascem em berços de ouro, não sei como isso pode ser possível, nesse caso a mãe o concebeu em um berço, isso parece um pouco complicado de se imaginar, há aqueles que também tiveram sorte e nasceram virados para a lua, esses são muito mais queridos que quaisquer outros que venham a nascer, também não é sem razão, pode se ter noção do trabalho que as mães tiveram para descobrir em que direção a lua estava e o sacrifício que foi para se por nessa direção, provavelmente houve até arrastamento de móveis apressados para que isso tenha sido possível, há também alguns mais apressados que querem chegar antes da hora e provocam alvoroço e correria, outros nem querem vir a este mundo, talvez já conseguiram perceber que nesses momentos externos nem sempre há vida, apesar de haver corpos dotados de energia, movimento e até mesmo vestígios de consciência. Mas esses não possuem escolha, são sugadas de sua segurança materna por um rasgo no ventre da mesma. 
                                                inicio de um novo livro ainda sem titulo

domingo, 20 de setembro de 2015

ÁTIMOS

   "Às vezes no silêncio da noite", nem precisa mesmo ser a noite, basta o silêncio, aquele silêncio em que si ouve, em que o seu ser resolve falar na calada do instante, pois está ali apenas os dois você e ele, o seu controlador que te coloca em xeque, te faz analisar algumas coisas e tentar entender outras tantas, coisas incompreensíveis como o seu próprio ser, a razão desse ser e o porquê disso tudo, desse tudo nada que ninguém ver nem entende e você ali naquele silêncio analisando tudo, pensando, questionando, querendo respostas inexistentes.
   Respostas, pode ser essa a razão de viver, se é que há razão entre tantas desistências, desistências não no sentido de desistir, mas no sentido de (de)existir, de naquele momento, ignorando a máxima, em que tudo é pensamento é que nos ausentamos do mundo, pode ser que pensar nos faz existir, mas não nesse mundo, mas no nosso mundo, no nosso íntimo em que existe estradas desconhecidas e conclusões perigosas.
   Entretanto, maior perigo mesmo é o silêncio que provoca tudo isso, mesmo que seja no silêncio de uma música, de uma conversa e até mesmo na multidão, esse silêncio não precisa da ausência de som, pois ele nos ausento de qualquer som, de tudo.
   Voltamos outra vez a questão do "Penso, logo existo", mas quando penso mesmo, logo, não logo de conclusão mas logo de rapidez mesmo, (de)existo. Problema mesmo não é isso, problema é saber o que virá depois de mim em mim.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

CHUVA DE FLECHAS
Um dia a chuva não será mais gotas
que faz da terra brotar semente
e os dias não serão mais páginas rotas,
não serão mais uma oportunidade para essa gente.    

Um dia a chuva será bem mais sólida
e virá em um dia de sol, quando estiver bem quente
para por fim a essas vidas mórbidas
e não deixará coerência em nenhuma mente.

Um dia a chuva brilhará mais que o sol no firmamento,
pois cada gota será uma seta
e se findará, finalmente, esse tempo
com o surgimento de uma nova era.

Um dia a chuva não virá das nuvens,
onde essas estão haverá um exército
sem a menor intenção de fazer reféns
e no fim serão aclamados por mérito.


Um dia a chuva será de fogo,                        
pois há muito assim está prescrito,
para alguns pode ser o sonhado repouso
e acabará em revoltante grito


Um dia haverá anjos de arco em punho
preparando flechas incendiárias
que acabaram que esse rascunho
de realidades imaginárias.

Um dia as nuvens serão cupidos
se reunindo sob as cabeças,
eles não querem mais ser esquecidos
e nem que o mundo sem amor pereça.

Um dia cada flecha descerá com uma chama
e rasgará a carne do peito
fazendo com que em cada coração uma essência emana
o que fará o mundo ser de outro jeito.

Um dia a chuva será de flechas
atiradas pelos cupidos
e não serão mais histórias de amor meras,
se ouvirá sempre comigo e contigo

Um dia esse mundo se acabará em fogo,                                                                                 
no fogo dos amores, essa força imensa
e será sem aquele imaginado engodo
mesmo que ninguém o entenda.

Um dia haverá uma chuva de flechas,
uma para cada ser, para cada homem,
mesmo que corra, fuja e se mexa,
mesmo os seres que somem.

Um dia o mundo se acabará em fogo,
Quem sabe um dia...  

quarta-feira, 13 de maio de 2015

    É A MENTE QUEM CRIA NOSSOS VITÓRIAS 

    Está cada vez mais difícil definir o que é importante para cada um, nem mesmo esses cada conseguem fazer isso. O importante mesmo talvez não passe de uma busca, seja ela o que for, seja ela como for. Em muitos casos é no fim da estrada que começa a verdadeira caminhada, se manter em determina patamar ou com o objeto, ou no lugar desejado pode mais complicado do que chegar até ele. Sendo assim o que fazer para defender o seu posto de campeão, como defender o seu papel de conquistador, qual O VALOR DE UMA VITÓRIA, o que fazer quando não há mais o que conquistar?
     Esse livro traz uma história que se trata de um romance psicológico, o personagem principal, como se ver na capa, vive entre dois outros personagens, um claro e outro obscuro, mas ambos representam a sua Vitória, o problema é saber o que é essa Vitória. Como saber se essa Vitória não passou de uma ilusão que ele invetar para viver e ter o que buscar em sua existência. Evidências de que ela existiu são tantas quanto suas características surreais.
     Não cabe ao personagem principal fazer ela existir, esse é o papel do leitor, é esse quem vai torná-la imaginária ou desmistificá-la.